O FIM.

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Quando o último rio estiver seco
Quando o último peixe for morto
Quando a alegria for tomada pelo medo
Quando não tiver mais sentido cantar "Impávido colosso"
Quando 0 luxo for possuído pela miséria
Quando a natureza se transformar em lixão
Quando a devastação tiver o nome de boa idéia
Quando não tiver mais sangue no seu coração

Aí sim você vai entender que não se come dinheiro
Aí sim você vai entender que não pode nos dominar
Aí sim você vai entender que não pode nos controlar

Quando conseguir entender que esse seu Deus é o mesmo Deus de todos
Quando conseguir entender que esse seu Deus quer o bem de todos
Quando perceberem que já não existe mais paz...

Aí sim você vai entender que não se come dinheiro
Aí sim você vai entender que não pode nos dominar
Aí sim você vai entender que não pode nos controlar

Quando conseguir entender que todos somos iguais
Quando conseguir entender que todos somos dignos da mesma paz

Aí sim você vai entender que não se come dinheiro
Aí sim você vai entender que não pode nos dominar
Aí sim você vai entender que não pode nos controlar


Se a vida quer por um ponto final na história, existe sempre uma vírgula para continuá-la,

O FIM.

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Rota de Fuga

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Passamos nossas vidas inteiras presos em cadeias pessoais
Somos impacientes, críticos, egocêntricos e sempre procuramos paz
Não notamos que são felizes aqueles dão risadas de suas tolices
Porque é dessas risadas que encontram a rota de fuga da mesmice
Criticamos tudo, e na crítica achamos a nossa autoconfiança
Não gostamos de elogiar, mesmo que elogiando venha a segurança
Somos tão egocêntricos que não percebemos as outras misérias
Nosso sofrimento será sempre o maior, não abrimos nossas mentes para nova ideias
Mas por que será que não podemos por uma vírgula onde se tem um ponto final?
Será que a morte é o fim ou o início de uma vida magistral
Não damos conta da nossa pequenez
Pudera, diante tamanha insensatez
Escrevemos de tudo, lotamos gigantescas bibliotecas
Todavia, nunca soubemos que vida é essa
Procuramos sempre pelas mesmas respostas
E o que nos vem são as mesmas perguntas remotas
Enclausurados e alienados, achamos que tudo gira ao nosso redor
O que não percebemos é que sempre há uma força maior
Como já me disseram uma vez, existe algo que permeia tudo a sua volta
E é em sua resposta que encontramos a nossa revolta
O medo move as multidões, e o mesmo é o combustível da fé
A sabedoria chega a deixar-nos de cabelo em pé
A vida é como uma peça de teatro interminável
Nós somos eternos atores
E nós nunca sabemos o que esperar do final