Eremitas modernos

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Somos um pouco de tudo e de tudo um pouco, queremos tudo não temos nada, somos eremitas modernos, inertes bonecos de pano, controlados pelos grandes mestres da guerra, andamos, falamos, mas não pensamos, votamos, mas não pensamos, somos grandes bonecos de pano, mas vai existir um dia que a verdade vai aparecer e que não existirá mais tristeza nem felicidade, vai ser o dia do alívio. Ingerimos alimentos com corantes, criamos deuses em formas de elefantes, os eremitas modernos usam sunga, nunca usam terno, dizem me dê adeus, porque aqui jaz o cadáver do meu ego. A ordem natural nós chamamos de destino,a positividade chamamos de alma,  o amor chamamos de sexo, nada é como era antes, sejam bem-vindos meus queridos eremitas modernos, usem seus ternos, e escondam seus egos, nada mais voltará ao normal, tudo ficou de cabeça pra baixo, nós marginilizaremos o ócio e ter sentido perderá o sentido, seremos jogados no meio de um deserto criativo. Materialismo e moralismo e pensamento individualista fazem parte desse mundo capitalista, crianças na rua roubando e matando e os políticos lá fora se escondendo por de baixo do pano.
Por dentro dos nossos corpos existem fios nos conectando, panos enchendo-nos conforme nós comemos, mas no lado esquerdo do peito existe um buraco, a população se veste de palhaço, atrás das portas nos olhamos no espelho, e vemos nossos narizes pintados de vermelho. Mas algum dia a verdade vai aparecer, então que faça chuva que faça sol, um lindo dia vai nascer, algum dia, mas um lindo dia vai nascer, acredite, ainda existe esperança.

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